Nísia Floresta - A primeira educadora feminista do Brasil
- Jun 24, 2021
Nísia Floresta Brasileira Augusta, pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto, foi a primeira educadora feminista do Brasil. A heroína, nascida dia 12 de outubro de 1810, na cidade de Papari, no Rio Grande do Norte, era filha de um português com uma brasileira e possuía três irmãos. O nome “Floresta” remetia ao grande pedaço de terra que a família Gonçalves Pinto possuía, “Brasileira” pelo orgulho de ser brasileira e “Augusta” em homenagem ao grande amor da vida dela.
A região nordeste, na época, contava com diversas insurreições e o sentimento antilusitano crescia ainda mais. Como português, o pai de Dionísia e a família sofriam com os movimentos revolucionários que perseguiam os lusitanos. A família viveu em várias cidades dentro do estado de Pernambuco, como Goiana, Recife e Olinda, o que permitiu que Dionísia tivesse contato com diferentes culturas e realidades ao longo da vida. Em 1817, quando explodiu a Revolução Pernambucana, a família foi obrigada a se mudar da fazenda de Papari para Goiana. Foi neste município em que Nísia começou a carreira acadêmica no convento das carmelitas.
Em 1831, três anos depois do assassinato do pai, Dionísia publica uma série de artigos sobre a condição feminina em um jornal em Pernambuco chamado Espelho das Brasileiras. No ano seguinte, ela publicou o primeiro livro: Direito das Mulheres e Injustiça dos Homens, além de usar pela primeira vez na assinatura o pseudônimo Nísia Floresta Brasileira Augusta.
A autora, na época, debateu assuntos que eram considerados delicados como abolição, direitos indígenas, sufrágio, educação e emancipação feminina. A educação era proibida às mulheres por ser considerada desnecessária, mas Nísia argumentava que elas precisavam de conhecimento para serem livres. Em 1838, a heroína fundou, no Rio de Janeiro, um dos primeiros colégios exclusivos para meninas, o Colégio Augusto, em que as mesmas recebiam aulas de matemática, português e história.
Passados alguns anos, Nísia se mudou para Europa, lugar em que a maioria de seus livros foram publicados. As obras da escritora tiveram grande repercussão no exterior, sendo mencionada em inúmeros jornais até o final do século XIX. Assim como grande parte das escritoras da época, ela não escapou das críticas das pessoas contrárias aos pensamentos dela, e, aos poucos, caiu no esquecimento. No dia 24 de abril de 1885, na cidade de Rouen, França, a brasileira morreu vítima de uma pneumonia.
Em 1948, a cidade onde a heroína nasceu teve o nome mudado para Nísia Floresta. Na cidade, em 2012, foi inaugurado o museu da escritora, com o objetivo de conservar a história da educadora. Desde o início do ano de 2017, as escolas municipais são orientadas a trabalhar a história de Dionísia Gonçalves Pinto no currículo escolar local.