Dorina Nowill - Educadora e ativista brasileira cega
- Jul 22, 2021
Dorina de Gouvêa Nowill, educadora e ativista brasileira cega. Nascida dia 28 de maio de 1919, em São Paulo, começou a estudar em 1927, entretanto, ao completar 17 anos de idade perdeu a visão em virtude de uma infecção ocular. A cegueira não impediu, mesmo com as limitações de ensino da época, ela ingressar, em 1943, no chamado Curso Regular, na Escola Normal Caetano de Campos, em São Paulo. Ela é considerada a primeira estudante cega a frequentar o Curso Regular.
Durante o período escolar, Dorina estudou como uma estudante sem limitações, uma vez que livros em braille eram raríssimos na época. A heroína, ao decorrer dos estudos, decidiu se mobilizar para diminuir as dificuldades que pessoas cegas e com baixa visão enfrentavam para estudar. Em 1946, com bolsa de estudos financiada pelo governo norte-americano, Dorina se especializou em educação para cegos na Universidade de Columbia, em Nova Iorque.
No ano seguinte e com a experiência internacional obtida, Nowill convenceu a Secretaria de Educação de São Paulo a criar o Departamento de Educação Especial para Cegos. Além disso, concentrou os esforços na criação da organização sem fins lucrativos chamada de Fundação para o Livro do Cego no Brasil, atualmente conhecida como Fundação Dorina Nowill. O projeto consistia na produção e distribuição de livros físicos em braille para a população brasileira, além de apoio pedagógico e orientação psicológica; orientação vocacional e profissional e entre outras atividades.
Em 1953, toda a luta de Dorina foi recompensada. As pessoas com deficiência visual do Estado de São Paulo conseguiram o direito à educação garantido por lei, pelo decreto 2.287/1953. No ano seguinte, a heroína reuniu o Conselho Mundial para o Bem-Estar do Cego, órgão do qual se tornou presidente, com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia e a Associação Pan-Americana de Saúde, com o propósito de conversar sobre a prevenção do máximo de pessoas que poderiam perder a visão.
No começo de 1961, Jânio Quadros, presidente da época, chamou Dorina Nowill para comandar a Campanha Nacional de Educação de Cegos, do Ministério da Educação, Cultura e Desportos. Com isso conseguiu garantir serviços de educação para cegos em todos os estados brasileiros. Em 2010, com 91 anos, Dorina morreu vítima de uma parada cardíaca.