Patrícia Rehder Galvão - Escritora, jornalista e militante comunista
- Dec 13, 2021
Patrícia Rehder Galvão, mais conhecida como Pagu, foi uma escritora, desenhista, jornalista e militante comunista da política brasileira. Ela nasceu dia 9 de junho de 1910 em São João da Boa Vista, interior de São Paulo. Filha do casal Thiers Galvão de França, advogado e jornalista com ascendência portuguesa, e Adélia Rehder, dona de casa de origem alemã e portuguesa, Patrícia, conhecida pelos familiares como Zazá, era uma mulher com comportamento extravagante e rebelde, fora dos padrões impostos pela sociedade da época. Ela fumava, bebia, costumava falar palavrões em público, usava roupas coladas e transparentes, cabelo curto e possuía diversos relacionamentos amorosos.
Com 15 anos, Zazá e a família se mudaram para a capital paulista, onde conseguiu o primeiro emprego, como redatora do Brás Jornal, no qual ela escrevia críticas ao governo em uma coluna própria. Três anos depois, Pagu completou o curso na Escola Normal de São Paulo e ingressou no movimento antropofágico, manifestação artística brasileira da década de 20, sob a influência de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral. O poeta modernista Raul Bopp que apelidou-a de Pagu, pois o mesmo pensou que o seu nome era “Patrícia Goulart”, por isso quis fazer uma brincadeira com as primeiras sílabas do nome.
Em 1928, Patrícia começou outro romance secreto, mas desta vez com Oswald de Andrade, que na época ainda era casado com Tarsila do Amaral. Um ano depois, Oswald anunciou a separação para ficar com Pagu, causando um grande escândalo nacional. Após mais um ano, eles casaram, o que repercutiu em diversos noticiários, e no mesmo ano nasceu o filho do casal. Juntos tornaram-se militantes do Partido Comunista Brasileiro e fundaram o jornal O Homem do Povo, que durou até 1945. Devido às traições de Oswald, em junho de 1934, Pagu saiu de casa com o filho para morar sozinha.
Em 1931, Pagu ingressou no Partido Comunista Brasileiro. No mesmo ano, após organizar uma greve de estivadores em Santos, Pagu foi presa, tornando-se a primeira mulher presa no Brasil por motivos políticos. Foi a primeira de uma série de 23 prisões ao longo da vida. Dois anos depois, Patrícia partiu para uma viagem pelo mundo e em 1935 foi presa em Paris como comunista estrangeira e com identidade falsa, sendo deportada para o Brasil. Ao voltar, Pagu retomou a atividade jornalística, criticando a ditadura militar e novamente foi presa pelas forças da ditadura de Getúlio Vargas, ficando na cadeia por cinco anos.
Ao sair da prisão, em 1940, rompeu com o Partido Comunista, passando a defender um socialismo de linha trotskista. No mesmo ano iniciou um relacionamento com Geraldo Ferraz e no ano seguinte começaram a morar juntos. Esta união durou até o fim da vida e nasceu o seu segundo filho, Geraldo Galvão Ferraz. Pagu voltou a criar o filho mais velho, e passou a morar com seus dois filhos e o marido na capital paulista. Em 1960, quando ainda trabalhava como crítica de arte foi acometida por um câncer de pulmão. Ela viajou para Paris para fazer uma cirurgia que não teve bons resultados. Após dois anos de tratamento, voltou ao Brasil e morreu em Santos um mês depois, no dia 12 de dezembro de 1962, com 52 anos.