Narcisa Amália de Campos - Importante escritora no final do século XIX
- Jan 12, 2022
Narcisa Amália de Campos foi uma escritora, jornalista e poetisa brasileira. Nascida em São João da Barra, Rio de Janeiro, no dia 3 de abril de 1856, ela vivia com os pais Jácome de Campos, poeta, e com a mãe Narcisa Inácia de Campos, professora primária. Na pequena cidade, ainda garota, estudou latim e francês com o padre Joaquim Francisco da Cruz Paula, além de aprender retórica com o pai.
Com 11 anos, Narcisa e a família se mudaram para Resende, e três anos depois a garota casou-se com João Batista da Silveira, artista ambulante - romance que não foi para frente. Em 1880, ela se casou com Francisco Cleto da Rocha, mas novamente se separou pouco tempo depois. O sucesso de Narcisa passou a incomodar Francisco que, depois de separado, declarou que seus versos não eram de autoria de Narcisa, mas sim de poetas com quem teria tido casos de amor. Dessa forma, em 1889, cansada das difamações sofridas em Resende, foi para um exílio voluntário em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Ela abandonou a atividade literária e foi lecionar em uma escola pública.
Narcisa é considerada a primeira mulher a trabalhar como jornalista profissional no Brasil. Ela foi movida por forte sensibilidade social, combatendo a opressão da mulher e o regime escravista, bem à frente de seu tempo, escrevendo muitos artigos de cunho feminista e republicano. Colaborou na revista A leitura (1894-1896), depois de em 1884, durante o magistério, fundar um pequeno jornal quinzenal, “o Gazetinha”.
A grande escritora publicou um único livro chamado Nebulosas (1872). A obra foi muito bem vista na época do lançamento, com comentários positivos de Machado de Assis e Dom Pedro II. Em três oportunidades, ela contribui com o "Novo Almanaque de Lembranças", coletânea de textos diversos com grande circulação em Portugal e no Brasil. No dia 24 de junho de 1924, no Rio de Janeiro, Narcisa faleceu por conta de diabetes.